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Entrevista: Poeta César Magalhães Borges fala sobre suas atuais obras

Muito conhecido pelos apaixonados por poesia, o poeta, escritor e professor César Magalhães Borges sempre está inovando a cada lançamento de livro. O carismático poeta é  muito requisitado para palestras pelos profissionais da educação, por conta da forma como declama e movimenta seus poemas, contagiando públicos de diversas idades.

A cada obra, o poeta César Magalhães Borges constrói fases e movimentos que se alinham com perfeição.  Foto: Lisandra Mola

O poeta César, que conta com altas tiragens de obras (o livro Ciclo da Lua ultrapassou mais de 500 mil livros impressos), conversou com esta redatora apaixonada por poesia sobre as suas quatro obras mais recentes: “Verso em Voz (Antologia Sonora)”, “Dicionírico: prosa, poesia e riso (de A a Z)”, “embrião (poemas)” e “Vida a Granel (histórias de supermercado)”.

 

Verso em Voz: Antologia Sonora (Editora Edicon) foi lançado em 2013 e traz uma coletânea poética composta pelos sete primeiros livros do autor: Passagem (1985), Contrastes (1987), Canto Bélico (1994), Bolhas de Sabão (infantil, 1998), Ciclo da Lua (1999), Três Acordes (infantil, 2003) e Folhas Soltas: poesia incidental (2006). 

Imagem: Divulgação Ed. Edicon

Nesta coletânea, o leitor vive a poesia além da leitura em papel: a obra é acompanhada por um CD em que se ouve a voz do autor a interpretar os seus poemas e conta, ainda, com a música como veículo fundamental para a experiência da arte de entoar versos.  

Dentre os textos poéticos apresentados nessa antologia sonora, aparece, na íntegra, o primeiro livro de literatura infantil do poeta César Magalhães Borges, Bolhas de Sabão, que foi selecionado, em 2012, para fazer parte do acervo das salas de leitura da Prefeitura Municipal de São Paulo. Anos antes, em 1998, o mesmo livro levou o autor à Bienal Internacional do Livro. O CD traz, também, alguns poemas extraídos do livro Ciclo da Lua, obra selecionada pelo programa de leitura Apoio ao Saber – SEDUC-SP, sendo este um dos livros mais requisitados até hoje nas escolas estaduais de São Paulo. 

Verso em Voz (Antologia Sonora) é vendido pela Amazon: link direto.


Dicionírico: prosa, poesia e riso (de A a Z), lançado em 2016 pelo selo Pasavento da Editora Reformatório, mostra o lado satírico do poeta César Magalhães Borges. Nele, o autor se arrisca em diversos gêneros: contos, crônicas, sketches teatrais, poemas lúdicos e frases absurdas que compõem as 200 páginas deste livro organizado na forma de dicionário.

Imagem: Divulgação Ed. Pasavento

O leitor verá uma linguagem leve, bem-humorada e nonsense, lançando mão de recursos poéticos e imagéticos, em cada dobra de página, para tecer comentários sobre a moda, a arte, a política, a filosofia, a religião, a vida cotidiana e a própria literatura.  

César comenta que “é um livro indisciplinado”, tanto que, neste livro, não existe o usual prefácio, o leitor tem a obra apresentada por um "Interfácio": 

Sim, este livro não faz uso de um prefácio para apresentar a obra, mas de um "Interfácio" para comentá-la por dentro, pelo meio, destino que desejamos a todo leitor. A única ordem seguida neste livro, portanto, é a alfabética. No mais, tudo é indisciplina, sandice e busca de contentamento”. 


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Embrião: poemas (Editora Reformatório, 2021) já chama a atenção pela capa, criação do artista plástico Carlos Muller, e traz uma regressão lírica. César reuniu 40 poemas pensando nas 40 semanas de uma gravidez. 

O texto de orelha do livro é marcado pelas palavras do poeta guarulhense Castelo Hassen (falecido em 2020), fundador do Colégio Brasileiro de Poetas de Mauá, do grupo literário Letraviva de Guarulhos e da Academia Guarulhense de Letras:

Imagem: Divulgação Ed. Reformatório

“A gente nasce inocente, boba, sem nada entender do mundo que nos espera. Não sabemos que o fogo queima, o vidro corta. Sabemos apenas que temos uma mãe, para nos alimentar com seu leite, nos acalentar e proteger. Aos poucos vamos aprendendo, apanhando para isso, tendo encontros e desencontros, amando e sendo ou não amados. E quando, enfim, atingimos a plenitude, vem a velha da foice nos colher. Talvez seja por isso que o poeta César Magalhães Borges resolveu fazer a viagem de volta, para rever as paisagens que não conseguiu guardar na ida. Talvez, porque coração e cabeça de poeta são terrenos que ninguém invade. (...) Artífice das palavras, César faz delas o que quer.  Não se limita ao seu significado inicial, as divide, multiplica, corta em fatias, transforma em outras palavras. Dá-lhes luz e sombra. Dá-lhes cores, e chega a transformá-las em um painel preto e vermelho, criando dois poemas justapostos, sobre os naipes do baralho. 

Para lê-las, só separando as cores, atribuindo o vermelho para Copas e Ouro, o preto para Paus e Espada. Faz uma salada de letras e algarismos. Mas então já passou do embrião, e nessa área as coisas são assim mesmo. Convido agora o leitor a viajar com ele, saborear cada um dos 40 poemas, independente da sequência, e passar pelas mesmas emoções e descobertas. Emoções e descobertas pelas quais certamente já passamos, às vezes, sem nem percebemos. - Castelo Hanssen”.


O posfácio, tecido assim pelo espírito de regressão lírica da obra, é de autoria do escritor Wagner Hilário. Compre o livro “embrião: poemas” pela Amazon: link direto.


Vida a Granel (histórias de supermercado), livro lançado em 2019 pela Editora Reformatório, reúne as crônicas que o autor escreveu para a Revista SuperHiper, publicação da Abras – (Associação Brasileira de Supermercados), entre os anos de 2008 e 2015. 

César escreveu crônicas para a coluna Cotidiano dessa revista e, posteriormente, quando resolveu reunir essas crônicas em um livro, ele organizou a obra de acordo com o foco narrativo: 

““eu” – histórias – não necessariamente autobiográficas – narradas em primeira pessoa. “refletido” – crônicas que dão menos ênfase aos “personagens” e que se voltam mais à reflexão sobre o tempo, a vida, a cultura, os costumes… “outro” – histórias escritas em terceira pessoa…”

José Alaercio Zamuner, escritor, assim descreveu a prosa de César Magalhães Borges, “o mundo é um ambiente movente de elementos físicos e metafísicos, tudo misturado num mesmo tempo narrativo, figurando uma avenida de existências. É um grande mercado árabe vibrando especiarias expressivas”. 

Imagem: Divulgação Ed. Reformatório

A capa de Vida a Granel (histórias de supermercado) é de autoria de Laís Lacerda e faz referência à tela Operários, de Tarsila do Amaral.  

Na contracapa, Lais Lacerda traz a imagem de uma saca de amêndoas da forma como é vendida a granel nos mercados, por conta do simbolismo desse grão: a fertilidade e a fartura.  

Nos sete anos de colaboração, o poeta César Magalhães Borges publicou 28 crônicas para a revista (uma publicação mensal), das quais selecionou 27 e somou a elas outras duas histórias: “Bandeira 1”, escrita em 2015, e “Pesos e medidas”, escrita em 2019. 

Vida a Granel, segundo José Alaercio Zamuner, em texto de orelha escrito para a obra, “leva o leitor a flash cards pesados em jogos linguísticos, harmonias; o autor não perde um bom efeito linguístico, bem a granel, intenções provocativas, testando nosso lado Sapiens” e complementa:  

é uma grande metonímia narrativa: cada grão de café que passa pelo moedor da primeira crônica chega a nós num minimézimo pó, de formar sabor bem familiar destes nossos tempos: horas, dias, meses, anos: vidas; que, antes do moedor, giravam em círculo metafísico sobre o autor, ao fim e ao cabo, transformadas num delicioso cafezinho, para se tomar aos curtos goles a cada hora, a cada efeito, ficamos com um bom sabor mental; bem a Granel: sensorial”.

O prefácio de Vida a Granel é de autoria do escritor Wagner Hilário. 

Compre Vida a Granel pela Amazon: link direto. 

O autor também envia as obras diretamente pelos Correios, basta entrar em contato, via direct, no seu perfil no Instagram (@cesarmagalhaesborges) ou pelo e-mail: cesarmborges@terra.com.br. 


Sobre o Professor e autor César Magalhães Borges: 

Escritor e professor universitário, César Magalhães Borges desenvolve um trabalho literário, desde 1980, que envolve poesia, contos, crônicas, canções, roteiros para teatro e histórias infantis. Na área acadêmica, o autor formou-se em Letras e é pós-graduado em Educação. Publicou diversos artigos sobre o papel formativo da arte e desenvolve, atualmente, pesquisa em que aborda alguns aspectos da criação literária. Desde 1994, o autor visita escolas públicas, particulares, faculdades, universidades, casas de cultura e espaços culturais alternativos, ministrando palestras, cursos, oficinas e rodas de poesia para professores, alunos e todo aquele que se interesse pela literatura e, em particular, pela poesia.

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