Morador de Guarulhos, o artista visual amazonense André Hullk fomenta a cultura da etnia Sateré Mawé, dessa vez, como primeiro artista manauara a ocupar uma galeria a céu aberto em grande proporção, na capital paulista, com “Hamaw, o filho do Guaraná - Resistência Mawé”.
Crédito: divulgação/artista |
A história do Guaraná da Amazônia é retratada pelo artista visual do Graffiti, André Hullk, na lateral de um prédio no Centro de São Paulo, onde o indígena Hamaw-Him da etnia Sateré Mawé estará presente em cores e técnicas em obra de 360 metros quadrados que conta a história deste povo e demonstra a importância da luta dos povos originários, no coração da cidade mais populosa do Brasil.
Vista da rua Helvetia, 1006, Santa Cecília (Minhocão). Crédito: divulgação/artista |
O trabalho iniciou na última sexta-feira (09), a previsão de finalização está prevista para a próxima quarta-feira (14). Até lá, moradores e frequentadores da região podem conferir o processo criativo em desenvolvimento ao vivo, enquanto o artista coloca em prática a origem amazônida, vivências com os filhos do guaraná e novidades na execução, que pela primeira vez não terá utilização de spray, como habitualmente é feito. De forma inédita, Hullk aposta no uso 100% de látex.
Dentro do processo de criação, o artista considera a experiência de sete dias na aldeia Inhaã-be, zona Rural de Manaus, como parte essencial de toda a inspiração para este projeto. Hullk afirma que este é o seu mais desafiador trabalho, já que divide opiniões e causa estranhamento que vão desde prédios negados para a realização da obra, por ser de temática indígena, até a aproximação com a comunidade que busca saber mais sobre o contexto.
“Nos primeiros dias a gente já começou a perceber a movimentação de pessoas ao redor tirando fotos, abrindo a janela para bater palmas, muitos elogiam, mas também há muito preconceito acerca desta pauta. E é esse choque que queremos causar, não de indiferença, mas de abrir diálogos para furar a bolha nesta região e demonstrar a importância da valorização da cultura abordada”, afirma o artista.
O projeto é uma realização da Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo com recursos financeiros do Museu de Arte de Rua (MAR). A produção é de Flavia Alessandra e a assistência artística é de Xozão Kaingang, Negana e Rafael Rasmoke.
Os moradores e frequentadores podem acompanhar o processo ao vivo na rua Helvetia, 1006, Santa Cecília, em frente ao Minhocão. E para quem não reside em São Paulo, é possível acompanhar o nascimento da empena nas redes sociais do artista: Hulk Manauara (Facebook) e @andrehullk (Instagram).
André Hullk é artista e grafiteiro manauara radicado em Guarulhos a cerca de quatro anos, junto dos artistas grafiteiros Philipe Peaga e Sidão inauguraram neste ano a Galeria Manifesto (Vila Fátima), a primeira galeria de arte urbana da cidade e integrou a equipe do Artivista Urbano Mundano em uma empena de 618m2 na lateral de um prédio na rua Quintino Bocaiúva, a poucos metros da Catedral da Sé, Mundano retratou Ari Uru-Eu-Wau-Wau.
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