Foto: Alecio Cezar |
Inspirado no texto "Confissão de Caboclo" do poeta Zé da Luz e no pensamento e prática do educador Paulo Freire, o espetáculo Ledores no Breu trata das relações entre o homem sem leitura e sem escrita com o mundo ao seu redor. Histórias entrelaçadas que acompanham analfabetos em pleno século XXI, homens percorrendo distâncias para elucidar suas dúvidas, seus erros e seus crimes. Há o homem que não lê, habitante do breu, que por isso mesmo é capaz de assassinar o bem maior de sua vida. Há também outro homem que lê, mas não consegue interpretar o texto, perdendo- se num mar de palavras sem sentido. Há ainda aqueles que leem as palavras, mas não leem o mundo: são muitos os Ledores no Breu.
O que é ser analfabeto em São Paulo, nos grandes cruzamentos de capitais do Brasil? Qual o valor da palavra nesse mundo em que vivemos? O que faz com que a cultura seja a porta-voz, não só de um desejo de emancipação, mas também sirva de mecanismo de exclusão e demarcação de fronteiras sociais se apoiando em preconceitos linguísticos?
O espetáculo pretende ser uma reflexão sobre as consequências do analfabetismo e, principalmente, do analfabetismo funcional. A partir de textos de Paulo Feire, Lêdo Ivo, Zé da Luz, Patativa do Assaré, Luiz Fernando Veríssimo e Frei Betto, e canções de Cartola, Jackson do Pandeiro e Chico César, figuras se cruzam, histórias se embaraçam e tecem as trajetórias dessas vítimas do crime de não saber ler.
Sobre o ator Dinho Lima Flor
Dinho Lima Flor nasceu em Pernambuco, na cidade de Tacaimbó. É um dos fundadores da Cia do Tijolo, companhia teatral que inaugurou seus trabalhos com a vida e obra do poeta Patativa do Assaré. Foi integrante do grupo Ventoforte por mais de uma década e participou da Casa Laboratório para as Artes do Teatro.
Sobre o Diretor Rodrigo Mercadante
Formado pela EAD- ECA-USP - Escola de Arte Dramática, Rodrigo Mercadante atua em diversas áreas teatrais: é ator, músico, diretor, diretor musical e professor. Em sua formação profissional, passou pela ULM- Universidade Livre de Música, FUMMA- Fundação Mineira de Arte Aleijadinho e CPT - Centro de Pesquisa Teatral. Integra, há mais de 10 anos, o Teatro Ventoforte, sob a coordenação de Ilo Krugli. É um dos fundadores da Cia. Do Tijolo, grupo no qual dirigiu o espetáculo musical Cante Lá que eu Canto Cá.
Sobre a Cia do Tijolo
A Cia do Tijolo nasceu do desejo de fazer um espetáculo a partir da obra de Patativa do Assaré. Depois de nove meses de processo nasceu o Concerto de Ispinho e Fulô. A proximidade com a poesia como forma do discurso levou à obra de outro poeta, Federico Garcia Lorca, como fonte motriz e inspiradora do segundo espetáculo, Cantata para um Bastidor de Utopias. O terceiro espetáculo vem ao encontro do pensamento e prática do educador Paulo Freire. Ledores no Breu trata das relações entre o homem sem leitura e sem escrita com o mundo ao seu redor. E em O Avesso do Claustro, o público vai ao encontro de uma das figuras mais importantes da história brasileira do século XX, Dom Helder Câmara, o bispo vermelho.
Ficha técnica
Atuação: Dinho Lima Flor e Karen Menatti
Direção: Rodrigo Mercadante
Luz: Milton Morales e Dinho Lima Flor
Pesquisa dramatúrgica: Dinho Lima Flor
Concepção de cenário e figurino - Dinho Lima Flor e Karen Menatti
Iluminação: Rafael Araújo
Contrarregra: Cida Lima
Produção: Cia do Tijolo
Serviço:
Ledores no Breu – Cia do Tijolo
Dia 27 de maio. Sábado às 20h.
Livre.
Teatro. 356 lugares.
Ingressos: R$ 30,00 (inteira); R$ 15,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência); R$ 10,00 credencial plena (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Ingressos à venda em sescsp.org.br e nas bilheterias das unidades.
Informações à imprensa
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