A arte
urbana vem se consolidando como um importante meio de expressão e comunicação
de ideias e sentimentos; nesse contexto, a artista Mimura Rodriguez vem se
destacando com trabalhos que exaltam a figura feminina e a ancestralidade,
aliando elementos da xilogravura em sua estética
Mimura Rodriguez se inspira em suas vivências para criar suas artes. Imagem: Arquivo pessoal |
Mimura Rodriguez é uma artista visual e yaô de Oxossi, natural de São Paulo, a artista de 33 anos traz em sua poética o propósito de incentivar reflexões sobre a vida, a natureza e a ancestralidade, utilizando suas vivências como mãe e praticante do Candomblé como inspiração.
Para expressar essas ideias, a
artista encontrou na xilogravura e na arte urbana as linguagens ideais. Residente
de Guarulhos, a artista utiliza o espaço urbano como forma de levar a sua arte
para a cidade e aproximar as pessoas do mundo da arte.
Imagem: Arquivo pessoal |
Formada em Artes Cênicas com ênfase em Cenografia pela UFRJ, Mimura iniciou há um ano na arte urbana, trazendo para esse universo a sensibilidade e a doçura presentes em suas criações. Filha de pai uruguaio e mãe japonesa, a artista tem em suas origens e vivências a inspiração para suas obras.
Trabalho mais recente da artista. Imagem: Arquivo pessoal |
“Tudo na minha vida é muito rápido. Essa coisa com o trabalho no teatro de rua já me encantava. Fiz um trabalho a convite de uma amiga para grafitar uma quadra perto da casa da minha mãe”.
Mimura fez vários trabalhos para a Instagrafitti, produtora de arte urbana, profissionalizando a artista na cena, entendo neste momento a possibilidade de profissão.
Arte no CEU Butantã, autoria de Mimura Rodriguez. Imagem: Arquivo pessoal |
Antes da arte urbana, Mimura trabalhava em peças de teatro de rua responsável pelos cenários e foi onde a despertou para os trabalhos na cena urbana, ela passou a grafitar todas as semanas para aprimorar suas técnicas e o seu maior desafio foi uma empena de 450 metros quadrados na cidade de São Paulo.
Carranca, Minhocão - 2022 (3m x 4,5m). Imagem: Arquivo pessoal |
A artista tem várias obras espalhadas pela cidade de São Paulo, destacando-se no Minhocão e nos pilares de sustentação do metrô próximo à Estação Tietê, na Avenida Cruzeiro do Sul.
Mimura posa ao lado da arte ‘Oxalá’, Minhocão - 2022 (3m x4,5m). Imagem: Arquivo pessoal |
A religiosidade é outra característica presente nas obras de Mimura, que podem ser vistas em empenas e paredes criadas por ela. A artista expressa em suas obras não somente suas vivências, mas também sua religião, o Candomblé. Além disso, o contato que teve com povos indígenas no Acre contribuiu para sua inspiração artística.
Amamentar – 2022, Vespasiano - MG (60m x 3m). Imagem: Arquivo Pessoal |
"Depois que me tornei mãe, compreendi a relação entre a ancestralidade e a maternidade dentro de mim", afirma Mimura.
“Desde pequena sempre tive muito interesse em várias técnicas manuais e foi assim que pensei em experimentar a xilogravura. Com a estética da xilogravura presente nos meus trabalhos no teatro e no cinema, sempre tive a visão de que colocar limitações no processo criativo é muito massa e potente”, comenta a artista.
A constância das obras de Mimura mostra que a arte urbana pode ser uma ferramenta poderosa para refletir sobre a importância do resgate de nossas raízes e da valorização da figura feminina na sociedade. Suas obras são um convite para refletir sobre nossas próprias experiências e ideias.
Mimura é uma artista que
inspira a olhar para a arte urbana com outros olhos, enxergando nela a
possibilidade de expressar vivências, ideias e sentimentos de forma criativa e
impactante, a artista nos inspira a olhar para a arte urbana com outros olhos,
enxergando nela a possibilidade de expressar nossas vivências, ideias e
sentimentos.