O Museu da Energia de São Paulo, da Fundação Energia e Saneamento, criou o Programa de Visitação para estimular visitas ao Museu em parcerias com instituições e organizações do território, como escolas, entidades sociais, unidades de saúde, comunidade do entorno e coletivos. Nessa primeira etapa do programa, com início em julho, foram convidadas dez instituições para conhecer a unidade da capital paulista, uma aproximação e preparação para a nova exposição de longa duração no Museu de Energia de São Paulo, "Energia e Transformação", contemplada pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, a ser realizada este ano.
Iniciativa busca mobilizar escolas, entidades, unidades de saúde, comunidade do entorno e coletivos para conhecer a mostra "Energia e Transformação", contemplada pelo ProAC. |
Inspirado no Programa Formação de Público da unidade de Itu, implantado em 2012, o Programa de Visitação do Museu da Energia de São Paulo tem como proposta transformar o não público em público, o que significa construir, instruir e educar para provocar e criar uma vontade capaz de modificar o comportamento. “Queremos potencializar o papel do Museu da Energia de São Paulo como uma ferramenta cultural reconhecida pela comunidade do território e pelas instituições assistencialistas do entorno”, afirma a diretora executiva da Fundação, Rita Martins.
Segundo Rita, a iniciativa oferece experiências, aproximando o Museu da população em vulnerabilidade que frequenta e habita a região central da cidade. Ela explica que a proposta é apresentar as atividades do museu à comunidade, convidar esses grupos para a inauguração da nova exposição e, ao longo de 2024, participarem de visitas mediadas dentro da proposta do Programa Educativo desenvolvido pela unidade. O programa seria promovido após o lançamento da exposição, mas foi antecipado, e poderá ser conferido antes de a mostra ser inaugurada.
De acordo com a diretora, a principal contrapartida do projeto no ProAC (37/2022) são os impactos sociais no território do Museu da Energia de São Paulo, o bairro dos Campos Elíseos, marcada por questões complexas relacionadas à saúde pública, à desigualdade social e à moradia. Nas proximidades temos a favela do Moinho, que tem a sua origem historicamente ligada ao Museu da Energia, já que muitos dos moradores que ocupavam o casarão do Museu se deslocaram para a região do Moinho após a reintegração de posse do imóvel.
“Tendo em vista a importância do território e as potencialidades da temática das transformações urbanas, a exposição busca atrair o público e o não público do Museu, que é entendido como público em potencial, em especial a população em vulnerabilidade da região”, alega Rita. Segundo ela, o Museu da Energia de São Paulo tem trabalhado para ampliar o número de visitantes e de parcerias com instituições da região central da capital.
“Energia e Transformação”
A nova exposição de longa duração do Museu da Energia de São Paulo, “Energia e Transformação” foi contemplada pelo ProAC na modalidade Museus e Acervos/Realização de Exposições em Instituições Museológicas. A mostra aborda temáticas da história da energia, como fontes, processos, alternativas e tendências futuras. Também contempla a história da industrialização e da urbanização da cidade de São Paulo, além de promover reflexão sobre o uso dos recursos naturais e as relações entre sociedade, energia e meio ambiente.
No piso térreo, o espaço “As memórias do casarão” apresentará os diferentes usos que o imóvel centenário que abriga o museu teve ao longo do tempo, como residência, escola e nos anos 1980, umas das primeiras ocupações de grupos em luta por moradia na capital. Nos andares superiores, a exposição inédita trará as temáticas principais do museu, abordando o uso da água e energia ao longo da história da transformação urbana da capital e da Grande São Paulo a partir do século 19 até os dias de hoje.
A exposição parte dos tempos do lampião a gás, introduzindo o visitante às transformações urbanas da capital paulista no século 19, com a implantação da iluminação pública a gás e toda a estrutura desenvolvida para sua viabilidade. Há um ambiente dedicado às transformações urbanas, sociais e culturais de São Paulo entre o final do século 19 e a primeira década do século 20, impulsionadas pela energia e o transporte elétrico.
A sequência do percurso expositivo leva à sala que vai apresentar as mudanças na paisagem de 1910 até os anos 1950, a chegada da iluminação pública, os bondes elétricos, a urbanização, industrialização e a importância da água para o desenvolvimento, com a construção das primeiras usinas de energia da região.
As grandes hidrelétricas geradoras de energia, a fonte mais importante da matriz brasileira, fazem parte da mostra com seus impactos na paisagem, fauna, flora e para as populações, que passaram por um crescimento acelerado em meados do século 20. A exposição traz ainda um espaço de reflexão para o uso da energia e da água nas cidades até os dias de hoje e aponta como esses recursos podem ser pensados nas cidades inteligentes para que seu acesso seja um direito e não um privilégio.
O final do percurso apresenta a transição entre história e ciência, destacando a pluralidade das pessoas cientistas responsáveis pelos avanços científicos, além de abordar, de forma lúdica e didática, os diferentes tipos e processos da geração, transmissão e distribuição da energia.
Serviço
Museu da Energia de São Paulo
Alameda Cleveland, 601, Campos Elíseos, São Paulo
Aberto de terça-feira a sábado, das 10h às 17h
Horário da Bilheteria: das 10h às 16h15
Programa de Visitação do Museu de Energia de São Paulo
A partir de julho para instituições e organizações do território, como escolas, organizações sociais, unidades de saúde, comunidade do entorno e coletivos
Agendamento pelo e-mail: saopaulo@museudaenergia.org.br
Exposição “Energia e Transformação”
Inauguração para o público geral em novembro de 2023
Aberta ao público em geral de terça-feira a sábado, das 10h às 17h
Horário da Bilheteria: das 10h às 16h15
Ingressos:
R$ 4,00 Inteira
R$ 2,00 Meia-Entrada - Estudantes, pessoas com deficiência e um acompanhante, jovem de baixa renda com ID Jovem. Diretores, coordenadores pedagógicos, supervisores e titulares de cargos do quadro de apoio das escolas das redes públicas estadual e municipais de ensino. É necessário a apresentação de comprovante
Ingresso Família: crianças até 7 anos são isentas e os responsáveis pagam meia-entrada.
Isenção: Moradores do território (Campos Elíseos e Bom Retiro), professores, maiores de 60 anos, guias e monitores de turismo, membros do ICOM e funcionários das empresas mantenedoras da Fundação Energia e Saneamento. É necessário a apresentação de comprovante.
Sobre a Fundação Energia e Saneamento
Desde 1998, a Fundação Energia e Saneamento pesquisa, preserva e divulga o patrimônio histórico e cultural dos setores de energia e de saneamento ambiental. Atuando em várias regiões do Estado de São Paulo por meio das unidades do Museu da Energia (São Paulo, Itu e Salesópolis), realiza ações culturais e educativas que reforçam conceitos de cidadania e incentivam o uso responsável de recursos naturais, trabalhando nos eixos de história, ciência, tecnologia e meio ambiente.
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