Crea-SP orienta população sobre cuidados para período de seca intensa; engenheira agrônoma destaca atitudes a serem adotadas
O estado de São Paulo tem mais de 48 cidades em alerta máximo para queimadas. São mais de 20 mil hectares atingidos pelo fogo e mais de 2.300 focos de incêndio em apenas três dias, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Defesa Civil. O mês de agosto ainda não terminou, mas já registrou o maior número de focos de incêndio da história de São Paulo desde 1998.
Para orientar a população sobre quais medidas devem ser tomadas neste período de seca intensa, a engenheira agrônoma Marília Gregolin, diretora do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP), elenca as principais prevenções a serem adotadas tanto nas áreas urbanas quanto nas rurais.
“Estamos em uma situação difícil com altas temperaturas e umidade relativa do ar muito baixa, o que cria ambientes propícios a incêndios, que ocorrem com maior frequência nesta época do ano. Uma das principais medidas a serem tomadas é com relação ao descarte inapropriado de bitucas de cigarro. Muitas vezes o descarte pela janela do veículo, por exemplo, pode causar um princípio de queimada. Além disso, não se deve jogar lixo ou entulhos em terrenos baldios ou à margem de rodovias. Não utilizar o fogo para limpeza de terrenos e optar pela roçagem ou a capina. E, claro, também não optar pela queima de resíduos”, complementa.
Sobre as queimadas em áreas agrícolas, a engenheira ressalta que a vegetação seca facilita a expansão do fogo, pois as faíscas se espalham rapidamente. “O solo precisa de matéria orgânica para manter a sua umidade, sendo uma forma de evitar incêndio e queimada em áreas agrícolas. Também é preciso evitar o fogo para a formação ou renovação de pasto”, recomenda. Outro ponto elencado pela engenheira é com relação aos aceiros, que são faixas de terra sem vegetação, que geralmente ficam próximas às cercas. “Quanto mais larga for a faixa de terra sem vegetação, melhor, porque evita que o fogo se alastre”, observa Marília.
Reduzir a presença de materiais inflamáveis próximos às áreas de cultivo, como gasolina, álcool, tintas vernizes e solventes, e substâncias removedoras, também é outra recomendação da engenheira. “É importante prevenir incêndios e queimadas na agricultura ou próximo às áreas cultivadas porque, além de destruir toda a lavoura, causando prejuízo enorme ao produtor rural, também reduz a qualidade do solo. Outros fatores preocupantes são o aumento no número de mortes de animais, impacto na saúde humana, ocasionando problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos. Há ainda a preocupação com o efeito estufa e o impacto direto no agravamento da crise climática”, relata.
Os incêndios e queimadas próximos às rodovias trazem riscos para os usuários das estradas, afetando a visibilidade dos motoristas, o que pode causar acidentes. “Ações de conscientização e campanhas de sensibilização são fundamentais para evitar queimadas”, finaliza a engenheira.
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