Bolsa de Valores recua após sequência de altas, pressionada por mineradoras
O dólar comercial fechou nesta quarta-feira (22) a R$ 5,94, registrando uma queda de 1,4% e alcançando o menor nível desde 27 de novembro de 2024. O desempenho positivo foi impulsionado pela moderação nas tarifas comerciais anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump, que favoreceu os mercados de países emergentes.
Já a Bolsa de Valores brasileira (Ibovespa), após três pregões consecutivos de alta, registrou uma queda de 0,3%, encerrando o dia com 122.972 pontos. Mineradoras foram os principais responsáveis pelo recuo do índice, que oscilou ao longo do dia.
Cenário internacional favorece emergentes
A redução na cotação do dólar foi diretamente influenciada pela política comercial dos Estados Unidos. Donald Trump anunciou sobretaxas de 10% para produtos chineses e de 25% para os do México e Canadá, mas não incluiu países da América Latina nas medidas. Essa decisão aliviou tensões no mercado internacional, especialmente em economias emergentes como a brasileira.
Além disso, as tarifas mais brandas diminuíram as expectativas de pressão inflacionária nos Estados Unidos, o que reduz a necessidade de o Federal Reserve (Fed) manter juros elevados, beneficiando fluxos de capital para mercados emergentes.
Impacto no mercado brasileiro
A queda do dólar, somada a taxas de juros atrativas no Brasil, tem contribuído para atrair capital estrangeiro e reduzir a pressão cambial. Desde o início de 2025, a moeda norte-americana acumula uma retração de 3,79%.
Por outro lado, o mercado acionário apresentou maior volatilidade. Mineradoras, que vinham sustentando altas recentes, puxaram o índice para baixo com ajustes de preços.
Perspectivas
Com a estabilização do dólar e a ausência de mudanças significativas na economia brasileira, analistas seguem atentos à política internacional e ao comportamento dos juros globais, fatores determinantes para os próximos movimentos no mercado financeiro.