
O ovo, considerado uma alternativa acessível às carnes, tem ficado mais caro nos últimos dias. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o aumento da procura durante a Quaresma e o alto custo de produção são os principais fatores que justificam o reajuste nos preços.
Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontam que os preços de aves e ovos subiram 1,69% em janeiro, acumulando alta de 7,84% nos últimos 12 meses. No atacado, o aumento chegou a 40% na última semana, conforme a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Além do fator sazonal, a alta nos custos de produção tem pressionado os preços. O milho, um dos principais insumos da alimentação das aves, registrou um aumento de 30% nos últimos oito meses. O custo das embalagens também dobrou no período. Outro fator relevante é a onda de calor que atinge diversas regiões do Brasil, afetando a produtividade das aves e reduzindo a oferta.
Segundo a ABPA, as exportações de ovos não influenciam significativamente no preço do mercado interno, já que representam menos de 1% da produção anual, estimada em 59 bilhões de unidades. O consumo per capita no Brasil é de 272 ovos por ano, número 40 unidades acima da média mundial.
📢 O que dizem os especialistas?
A Abras alerta que os supermercados já observam dificuldades na reposição de estoques devido ao encarecimento do produto. “As empresas iniciaram a programação de abastecimento para a Quaresma, mas os sucessivos aumentos preocupam o setor”, afirma Márcio Milan, vice-presidente da entidade.
Já a ABPA reforça que a tendência é de estabilização dos preços após abril, mas destaca que fatores externos, como o clima e oscilações nos preços dos insumos, podem afetar esse cenário.
O que fazer para economizar?
- Comparar preços entre supermercados e feiras para encontrar ofertas mais vantajosas;
- Optar por embalagens maiores, que costumam ter melhor custo-benefício;
- Substituir parcialmente o consumo por outras fontes de proteína acessíveis, como leguminosas e derivados de soja.