Hot Widget

Pesquise aqui

Mostra "Chão da praça" inaugura Grande Galeria da Pinacoteca Contemporânea

 Novo edifício tem abertura prevista para 4 de março; a exposição inaugural reúne obras de 48 artistas, com instalações e esculturas de grandes dimensões 

Kebranto (2021), de Jonas Van e Juno B. Imagem: divulgação/Pinacoteca


A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, inaugura principal sala expositiva da Pinacoteca Contemporânea, a Grande Galeria, com a mostra Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca


Com coordenação curatorial de Ana Maria Maia, curadora chefe da Pinacoteca, e Yuri Quevedo, a mostra reúne cerca de 60 obras do acervo de arte contemporânea, em montagem pautada pelo desejo de falar sobre territórios, encontros e narrativas de atravessamento. A mostra tem inauguração prevista para o dia 4 de março e apresenta obras como Modificação e apropriação de uma identidade autônoma (1947/2023), de Gretta Sarfatty, Parede da memória (1994-2015)de Rosana Paulino, Máscara de ritual Tukano I, de Duhigó e Estrutura dissipativa / Gangorra (2013), de Rommulo Vieira Conceição.
 

A exposição nasce da articulação de uma variedade de suportes e abordagens, bem como da diversidade de artistas representados, pertencentes a diferentes gerações, perfis identitários, regiões do país e circuitos de produção. 


Em um campo fluido de presenças e relações, diversas gestualidades aparecem nas instalações e esculturas de grandes dimensões, que até então encontravam limites para serem expostas em outros espaços e foram, por isso mesmo, tomadas como uma das motivações para se construir a terceira sede do museu. Desenhos, pinturas, fotografias, vídeos e performances compõem a narrativa que é orientada por três grandes ideias: a de travessias, vizinhanças e transcendências.
 

"O desejo da curadoria é que os visitantes possam estabelecer seus próprios percursos e encontrar um ambiente convidativo para se relacionarem com cada obra. Como um dos projetos inaugurais da Pina Contemporânea, esta exposição deve servir-se ao início de um processo de interface e aprendizado com as experiências de um novo espaço, dotado de novos usos e públicos", afirma Ana Maria Maia.
 

A exposição Chão da Praça: obras do acervo da Pinacoteca tem patrocínio do Bradesco, na cota Apresenta, e da Bloomberg, na cota Prata.
 

Travessias, vizinhanças e transcendências


A exposição é organizada a partir de três argumentos -- travessias, vizinhanças e transcendências -- encontrados nas diferentes obras e articulados em relações de proximidade. A ideia de travessia pode ser entendida tanto no sentido de percurso quanto de atravessamento, movimento que permite o confronto de estruturas socioculturais e históricas. 


Esse espectro está contemplado nas obras Irruption Series [Série irrompimento] (2010), de Regina Silveira (Porto Alegre -- RS, 1939), e Galinha d´Angola (2017), de Paulo Nazareth (Governador Valadares -- MG, 1977), marcadas pelos fluxos e contrafluxos de um caminhar incessante. Na performance Modificação e apropriação de uma identidade autônoma (1980), de Gretta Sarfatty (Atenas -- Grécia, 1954), o deslocamento individual de uma mulher destitui as camadas de um cubo confeccionado para abarcar (e, nesta medida, comportar) seu corpo e sua subjetividade. 


Esta performance será apresentada na abertura da exposição e em uma segunda data a ser divulgada no decorrer do período de visitação. Nesta ocasião, não é a própria Gretta que se apresentará, mas a também artista Val Souza, convidada a interpretar o roteiro histórico, trazendo-o para seu corpo e sua experiência.
 

Em outro conjunto de trabalhos da exposição, ganha força a ideia de vizinhança, tomada como medida para se pensar como as coletividades se dão nos territórios e, em específico, no território da Pina Contemporânea. 


A localização deste edifício amplia o perímetro urbano com o qual o museu dialoga diretamente, articulando seu programa ao Parque Jardim da Luz e reconfigurando a relação com o bairro do Bom Retiro. 


Situações de encontro e afeto dão a tônica de uma longa parede, ocupada em uma montagem densa e constelativa por obras de Lúcia Laguna (Campos de Goytacazes - RJ, 1941), Bené Fonteles (Bragança -- PA, 1953), Matheus Rocha Pitta (Tiradentes -- MG, 1982), Yuli Yamagata (São Paulo - SP, 1989), entre outros nomes.

 

Transcendências é a terceira ideia aglutinadora de trabalhos a serem mostrados. Em seguida às abordagens de travessias individuais e de relações interpessoais no espaço, convém pensar aberturas e conexões que se dão também no tempo. 


Na contramão do apagamento sistêmico das histórias e saberes da população negra no Brasil, a Parede da memória (1994-2005), de Rosana Paulino (São Paulo - SP, 1967) elabora uma identidade coletiva entremeando exercícios de lembrar e imaginar. Em obras como Kebranto (2021), de Jonas Van (Fortaleza -- CE, 1989) e Juno B. (Fortaleza -- CE, 1982), e Yiki Mahsã Pâti [Mundo dos espíritos da floresta] (2020), de Daiara Tukano (São Paulo - SP, 1982), somam-se maneiras de expressar percepções metafísicas e de se orientar a partir de escutas e cosmovisões da natureza.

 

Para privilegiar o ineditismo da visualização da Grande Galeria, a expografia criará o mínimo de construções no espaço. A implantação das obras objetiva sugerir afinidades e diálogos entre elas, mas sem expressar fluxos ou núcleos delimitados em textos setoriais de parede ou outras formas de dirigir a apreciação do público.

 

Em diálogo com a mostra, a obra Tríade Trindade (2001), trabalho de escala monumental do artista Tunga, inaugura a grande praça aberta da Pinacoteca Contemporânea, projetada para receber eventos das mais variadas linguagens. A obra contém as cargas simbólica e energética que particularizam a produção de Tunga. 


Tanto por sua constituição física, de uma estrutura composta de metais e imãs com cinco metros de altura e quatro toneladas de peso, como pelas representações de trança, cabelereira, sinos, caldeirão, tacape, jarras, taças e outros objetos recipientes. O trabalho se conecta à mostra Chão da praça não apenas pela grandeza de seu tamanho, mas também por sua conexão da arte com a vida.


Serviço:

 

Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca


Período: 04.03.2023 a 30.07.2023

Curadoria: Ana Maria Maia e Yuri Quevedo, com colaboração de Ana Paula Lopes, Horrana de Kassia Santoz, Pollyana Quintella, Renato Menezes, Thierry Freitas e Weslei Chagas


Pinacoteca Contemporânea (Grande Galeria): De quarta a segunda, das 10h às 18h - R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada) -- até junho de 2023.

Gratuitos aos sábados


A entrada será gratuita no primeiro mês de funcionamento do novo prédio.


Ingressos no site a partir de março ou direto na bilheteria física da Pinacoteca Contemporânea.


Siga o BTW Guarulhos nas redes sociais: FacebookInstagramTwitter e KOO App.  

Top Post Ad

Below Post Ad