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A Propósito!: A poesia e a matemática unem-se em prosa

 Por Rosângela Cafasso 

Durante a pandemia, criei o blog "MatemaTDIC" dedicado a temas matemáticos, como forma de reavivar o interesse pelas ciências exatas. Essa iniciativa surgiu devido à interrupção de todas as atividades de comunicação na época. Agora, caro leitor, trago de volta um texto desse blog para o BTW Guarulhos. Na ocasião, o poeta César Magalhães Borges aceitou o desafio de combinar matemática e poesia em uma explanação criativa

Prof.César Magalhães Borges - Foto: acervo pessoal/Instagram

O universo poético, expoente de um vasto mundo de formas e significados, pode abrir novas possibilidades no campo da transdisciplinaridade entre a língua escrita e a matemática.

Neste campo, a matemática e a língua portuguesa, por meio de imagens líricas, aparecerão como formas vivas que iluminam uma série infinita de metamorfoses quando adentramos a formalização destas áreas na poesia.

Prof. César Magalhães Borges, escritor e professor universitário, residente em Guarulhos -SP, autor do livro Ciclo da Lua (livro que faz parte do programa Apoio ao Saber – SEDUC-SP), conversou com o blog MatemaTDIC sobre transcendência poética e a matemática, a possibilidade de unir o que aparece de forma desmembrada num plano de coesão interna: a língua, o simbólico matemático e a ciência. 

No início do livro “Ciclo da Lua”, o autor traz “a apresentação de uma carta lunar cujas cores verde, vermelho, violeta e azul representam, respectivamente, a primavera, o verão, o outono e o inverno como, também, os elementos da natureza. E nessa trilha do ciclo apresenta-se a lua. Segue-se a lua crescente por uma revoada de um vermelho carmim. Vem a cheia tecida num plantio de violetas”. 

Capa do livro Ciclo da Lua/ Autor César M. Borges/ Editora Plêiade - Foto:MatemaTDIC

Na “Carta Lunar”, o autor traz como referência as quatro estações do ano. À primeira vista o poema é apresentado ao leitor por meio de uma sequência de triângulos isósceles, em sentidos difusos (horário e anti-horário), sobrepostos entre si, numa circunferência. 

Neste contexto, a essência da Carta Lunar, de acordo com autor César Borges, permanece em movimento a uma tendência ou orientação, o leitor passará sobre as vertentes de cada estação e diretrizes para a análise mais profunda sobre como cada estação influencia nossas vidas: o brotar da vida na primavera, o fogo e a chama de língua e voz de labaredas crescentes no verão, o outono – em que as folhas caem no solo dando início a fundição do conflito, o inverno é mostrado como a inversão da vertente primavera e que concede a renovação da vida de forma ascendente.

Desta forma, a matemática e a ciência estão a serviço da poesia, as imagens, aparentemente sobrepostas e sentidos opostos da Carta Lunar, puderam ser reunidas graças à sua identidade e essência simbólica e, com isso, a poesia traz um sentido simbólico na ordem inesgotável das camadas e junções que transmitem uma ou várias mensagens ao leitor.

Em seguida, César apresenta o poema “Dado”, à primeira vista é possível ver a disposição das palavras dentro da imagem do dado, porém, o poema novamente transcende para várias possibilidades de movimentos de leitura e interpretação sem perder a referência e a mensagem.

De acordo com César Borges, “a matemática está presente na filosofia e nas ciências” e complementa a explanação citando Pitágoras e Einstein, por conta do processo simbólico e o pensamento que atravessa a consciência, a coesão, a continuidade e constância encontrados nos campos da Filosofia e da Física.

Por fim, o Prof. César adentra o desejo comum da área das exatas de analisar o infinito (fractal), ou mesmo quando usa argumentos sobre números primos e ternos pitagóricos, conclusões derivadas dos paradoxos teóricos, em outras palavras, a matemática vista como a poesia do vasto mundo de números e formas.

Portanto, os vínculos entre a poesia e a matemática não se esgotam, sendo possível compreender e trabalhar de forma transdisciplinar nas duas áreas, a poesia transmite vários significados que podem assumir diferentes formas no campo das ideias. 

O livro Ciclo da Lua está à venda no site Estande Virtual e as obras mais recentes estão disponíveis no site da Editora Reformatório. O autor também envia as obras diretamente pelos correios, basta entrar em contato via direct no seu perfil no Instagram (@cesarmagalhaesborges) ou através do e-mail: cesarmborges@terra.com.br. 

Sobre o Professor e autor César Magalhães Borges

Escritor e professor universitário, César Magalhães Borges desenvolve um trabalho literário, desde 1980, que envolve poesia, contos, crônicas, canções, roteiros para teatro e histórias infantis.Na área acadêmica, o autor formou-se em Letras e é pós-graduado em Educação. Publicou diversos artigos sobre o papel formativo da arte e desenvolve, atualmente, pesquisa em que aborda alguns aspectos da criação literária. Desde 1994, o autor visita escolas públicas, particulares, faculdades, universidades, casas de cultura e espaços culturais alternativos, ministrando palestras, cursos, oficinas e rodas de poesia para professores, alunos e todo aquele que se interesse pela literatura e, em particular, pela poesia.  

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