Hot Widget

Pesquise aqui

“Taxa das Blusinhas” reduz compras internacionais e impulsiona varejo nacional

Crédito: FG Trade via Getty Images

A implementação da chamada "taxa das blusinhas", que desde julho deste ano aplica uma alíquota de 20% de imposto de importação para remessas de até US$ 50, vem transformando o mercado de consumo no Brasil. Segundo economistas, a medida tem favorecido o varejo nacional ao reduzir a competitividade de e-commerces estrangeiros, especialmente asiáticos, como Shein e Shopee.

Antes da adoção da medida, o país registrava cerca de 19 milhões de remessas mensais, somando R$ 1,812 bilhão em valor declarado. Após a aplicação do imposto, esse volume caiu para 11 milhões em agosto, com um total de R$ 902 milhões, representando uma redução de 42%. Dados de setembro confirmam a continuidade dessa queda, com os mesmos 11 milhões de remessas e uma leve alta de R$ 42 milhões em valores declarados.

Impactos no Varejo Nacional

Especialistas apontam que o setor de varejo brasileiro foi beneficiado. Lojas como Renner, C&A e Guararapes reportaram crescimento significativo no terceiro trimestre deste ano: 12%, 19% e 11%, respectivamente, superando o aumento médio de 6% do mercado de vestuário registrado pelo IBGE.

Luiz Guanais, analista do BTG Pactual, observa que a diferença de preços entre produtos nacionais e estrangeiros, que antes girava em torno de 25% a 30%, caiu para cerca de 10%. Esse cenário foi impulsionado tanto pela tributação quanto pela redução de preços pelas varejistas locais, visando maior competitividade.

Novas Taxações à Vista

Além da "taxa das blusinhas", um acordo firmado entre os Estados prevê o aumento do ICMS para encomendas internacionais. A alíquota subirá de 17% para 20% a partir de abril de 2025, seguindo os princípios tributários da anterioridade e da noventena. Essa mudança será válida para compras de até US$ 3.000 realizadas pelo Regime de Tributação Simplificado.

Economistas apontam que a soma dessas medidas fortalece o varejo nacional e promove maior equilíbrio tributário, embora não elimine completamente a diferença de preços entre produtos nacionais e importados. A tendência é de um mercado mais competitivo e menos dependente de importações.

*Com informações do portal CNN Brasil