Inflação desacelera em relação a dezembro, mas ainda pressiona o bolso dos consumidores; passagens aéreas registram maior impacto individual
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou aumento de 0,11% em janeiro, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24). O índice desacelerou frente à alta de 0,34% em dezembro, mas superou a previsão do mercado, que esperava uma deflação de 0,02%.
Nos últimos 12 meses, o acumulado é de 4,50%, abaixo dos 4,71% registrados no mês anterior, mas ainda acima da meta de inflação do Banco Central (3%, com tolerância de até 4,5%).
Destaques do mês
- Alimentação e bebidas: maior avanço entre os grupos (+1,06%), com destaque para o tomate (+17,12%) e o café moído (+7,07%).
- Transportes: aumento de 1,01%, influenciado pela alta de 10,25% nas passagens aéreas, o maior impacto individual. Combustíveis também subiram, com destaque para o etanol (+1,56%).
- Habitação: único grupo em queda (-3,43%), puxado pela redução de 15,46% na energia elétrica, devido ao bônus da hidrelétrica Itaipu.
Impacto nos preços dos alimentos
A alimentação em domicílio subiu 1,10%, enquanto a alimentação fora do lar desacelerou para 0,93%. A pressão sobre os preços dos alimentos permanece como tema de debate no governo, que busca medidas para reduzir os custos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir hoje com ministros das pastas da Casa Civil, Fazenda, Agricultura e Desenvolvimento Agrário para discutir ações.
Selic pode subir novamente
A inflação acima da meta reforça a expectativa de um aumento na taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne na próxima semana.