O café é uma das bebidas mais consumidas pelos brasileiros, presente na rotina de milhões de pessoas. No entanto, nem sempre o que chega à xícara é realmente o que se espera. Cafés adulterados, vendidos como puros, podem conter misturas perigosas que comprometem a qualidade e colocam a saúde do consumidor em risco.
A semelhança na aparência das embalagens com marcas tradicionais pode enganar o comprador. Ainda assim, o conteúdo muitas vezes está longe do padrão ideal. Especialistas alertam para os perigos dessa prática e explicam como identificar possíveis fraudes no produto.
Ingredientes como milho torrado, cevada, centeio, serragem, amidos e até argila são utilizados para aumentar o volume e reduzir os custos de produção.
Riscos à saúde do consumidor
O consumo frequente de café adulterado pode causar distúrbios gastrointestinais, como inchaço, gases e diarreia. Em casos mais graves, pode haver intoxicação por substâncias inadequadas.
A presença de argila é especialmente preocupante, já que pode conter metais pesados como chumbo e cádmio, que afetam o sistema nervoso, o fígado e os rins. Reações alérgicas também estão entre os possíveis efeitos colaterais, especialmente quando não há clareza sobre os componentes utilizados.
Como identificar o café falsificado
Alguns testes simples podem ajudar o consumidor a identificar adulterações:
- Teste da água fria: Coloque uma colher de café em um copo com água. Se o pó boiar, é provável que seja puro. Se afundar rapidamente ou liberar cor, pode indicar fraude.
- Textura e brilho: Cafés com pó muito fino podem conter farinhas, e um brilho anormal pode indicar a presença de açúcar caramelizado.
- Aroma e sabor: Embora nem sempre sejam confiáveis, mudanças no aroma e gosto podem ser sinais de adulteração, principalmente quando comparados a marcas conhecidas.
Dicas para não cair em golpes
Para se proteger e garantir a qualidade do que consome, siga estas orientações:
- Compre de marcas confiáveis: Prefira fabricantes reconhecidos e com boa reputação no mercado.
- Verifique o selo da ABIC: A certificação da Associação Brasileira da Indústria do Café assegura que o produto passou por testes de qualidade.
- Desconfie de preços muito baixos: Valores muito abaixo do mercado podem indicar adulteração com ingredientes mais baratos.
- Dê preferência ao café em grãos: A probabilidade de adulteração é menor nesse tipo de produto.
A comercialização de café adulterado é considerada infração grave pelo Código de Defesa do Consumidor e pelo Regulamento Técnico do Café, sujeita a sanções e penalidades.
Consumidores que identificarem irregularidades podem denunciar aos órgãos de fiscalização, como a Anvisa ou o Procon de seu estado.