De 24 a 29 de julho a Prefeitura de Guarulhos promove a 15ª Semana da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, que contará com atividades diversificadas, com destaque para o 2º minicurso online Mulheres Negras em Foco - Mulheres Afro-latinas e Caribenhas: Uma Introdução ao Debate.
Crédito: Divulgação / PMG |
Haverá também discussões propostas pelo Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Guarulhos (Compir), roda de conversa, show de samba da Batucada das Pretas, além de oficinas de confecção de bonecas Abayomi, de turbantes e de tranças afro.
Os eventos são gratuitos e abertos ao público em geral, sendo que para participar do minicurso é necessário fazer a inscrição prévia pelo link https://bit.ly/NegrasEmFoco2023.
A iniciativa da Subsecretaria da Igualdade Racial (SIR), integrante da Secretaria de Direitos Humanos, ocorre em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho. A data foi instituída no Brasil pela lei federal 12.987/14 como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, em memória do marco internacional de luta e resistência da mulher negra como forma de reafirmar a necessidade de enfrentar o racismo e o sexismo vividos até hoje.
Programação
O Encontro “Diálogos sobre o controle social e as políticas de igualdade racial” abre a programação na segunda-feira (24), das 14h às 17h, no auditório da Secretaria de Educação (rua Claudino Barbosa, 313, Macedo). Promovido pelo Compir com o apoio da SIR, o evento contará com a participação da psicóloga Celina Santos, integrante do Conselho Municipal de Políticas para Mulheres e ex-conselheira do Compir, que abordará a importância do dia 25 de julho e o legado da filósofa e antropóloga brasileira Lélia Gonzalez, pioneira nos estudos sobre cultura negra no Brasil.
O objetivo do encontro é promover a troca de experiências entre os representantes de conselhos e órgãos executivos de igualdade racial, buscando identificar dificuldades, suas potências e propostas de fortalecimento.
De 25 a 27 de julho (terça a quinta-feira), das 19h às 21h, ocorrerão as aulas do 2º minicurso Mulheres Negras em Foco - Mulheres Afro-latinas e Caribenhas: Uma Introdução ao Debate, em formato online. A jornalista e doutoranda da Universidade de São Paulo Andréa Rosendo tratará do tema.
A cientista social e doutoranda pela Unicamp Mayana Hellen Nunes da Silva abordará no dia 26 o tema “A intersecção gênero e raça”. Já a última aula, no dia 27, irá versar sobre a “Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência” e ficará a cargo da advogada Luana Natielle Basílio e Silva, que é mestre em direitos humanos e oficial do Programa para Equidade de Gênero, Raça e Etnia do UNFPA/ONU (agência das Nações Unidas responsável por questões populacionais). Será emitido certificado aos participantes do minicurso que obtiverem frequência mínima de 75% nas aulas online.
Integrantes da equipe técnica da Subsecretaria da Igualdade Racial realizarão a roda de conversa “Carolina Maria de Jesus”, que discutirá o legado da autora do livro Quarto de Despejo no Centro de Integração da Cidadania (CIC) Pimentas (estrada do Capão Bonito, 53, Jardim Maria de Lourdes) na quarta-feira (26), das 9h30 às 11h30.
Encerrando as atividades, no sábado (29), às 18h, haverá a apresentação da Batucada das Pretas no Salão de Artes do Adamastor (avenida Monteiro Lobato, 734, Macedo). O show conta com um repertório em homenagem às cantoras e intérpretes do samba paulista e carioca. O grupo é formado por mulheres negras e nasceu do desejo de fazer do samba a ponte de diálogo com as mulheres que sofrem violência nas periferias de São Paulo.
Ainda no sábado, no mesmo local, estão previstas três oficinas. A de confecção de bonecas Abayomi (bonecas de pano artesanais muito simples, produzidas com amarrações e retalhos sem costuras ou cola), que são símbolo da resistência negra na cultura brasileira, pois eram confeccionadas pelas mulheres negras com pedaços de suas saias para acalmar as crianças e trazer alegria à comunidade.
A oficina de turbantes irá ensinar formas de utilizar tecidos e técnicas básicas de tipos de amarrações. Seu objetivo é promover o uso do acessório como autoafirmação cultural, empoderamento da mulher e ressignificação do uso cotidiano e ainda para dar visibilidade à cultura africana e afro-brasileira, além de combater o preconceito e o racismo.
Por fim, a oficina de tranças afro irá apresentar a história e a prática do penteado, que é uma referência para a comunidade negra, visando a valorizar a estética e a beleza negra, rompendo padrões, fortalecendo e promovendo a identidade étnico-racial.