Em janeiro de 2025, a tarifa de ônibus na cidade de São Paulo deverá sofrer um reajuste, com o novo valor variando entre R$ 5,00 e R$ 5,20. Esse aumento representa uma alta de até 18,2% comparado ao valor atual de R$ 4,40. A previsão foi anunciada pela SPTrans e discutida em reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes realizada no dia 26 de dezembro.
O tema agora segue para a análise do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que já havia sinalizado a possibilidade de um aumento. Nunes (MDB) havia prometido manter a tarifa congelada durante a campanha, mas agora precisará aplicar um aumento para cobrir os custos crescentes do transporte público.
Motivos para o aumento da tarifa de ônibus em 2025
O reajuste da tarifa é justificado pela inflação acumulada desde 2020, que já ultrapassa 32,7%, e pelo aumento dos custos operacionais, especialmente o preço do diesel e a alta do dólar. O prefeito de São Paulo afirmou que, caso o aumento fosse corrigido integralmente pela inflação, o valor da passagem deveria ser ajustado para R$ 5,84. No entanto, o aumento proposto é abaixo da inflação, com a tarifa prevista variando entre R$ 5,00 e R$ 5,20.
Em sua análise, Nunes destacou que o impacto do dólar e dos combustíveis no sistema de transporte coletivo torna difícil manter o valor da tarifa congelado. Para garantir a continuidade dos serviços, o município tem investido em subsídios, o que ajuda a manter o valor da tarifa acessível para a população. Em 2025, a previsão é de que o município destine R$ 6,5 bilhões às empresas de transporte público.
O aumento da tarifa de ônibus não ocorre isoladamente. São Paulo já enfrenta uma diferença entre os preços do transporte público municipal e estadual. Desde janeiro de 2024, a tarifa do Metrô e da CPTM, controlados pelo governo estadual, foi reajustada para R$ 5,00, gerando um descompasso entre os valores cobrados nos diferentes meios de transporte.
Apesar da queda no número de passageiros após a pandemia, a cidade de São Paulo continua com uma frota de ônibus de 13,5 mil veículos, que realiza mais de 163 mil viagens diárias, transportando cerca de 7,13 milhões de passageiros por dia. Para manter a operação do sistema de transporte coletivo e garantir que o serviço continue funcionando sem comprometer a acessibilidade da população, o reajuste é considerado necessário.
Embora o aumento ainda dependa da decisão final do prefeito Ricardo Nunes, a necessidade de correção das tarifas é clara. O aumento é um reflexo da inflação, da alta do diesel e da desvalorização do real frente ao dólar, fatores que afetam diretamente o custo de operação do transporte público. Além disso, a prefeitura tem enfrentado dificuldades com o subsídio municipal, responsável por cobrir a diferença entre o custo de operação e o valor cobrado dos passageiros.
A medida tem gerado controvérsia, especialmente considerando que, em ano eleitoral, Nunes havia se comprometido a manter o preço congelado. No entanto, com o aumento dos custos e a necessidade de ajustar os valores, a tarifa de ônibus na cidade de São Paulo deve passar por um reajuste significativo.
