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MEC publica regras de transição para novos limites do ensino a distância no Brasil

 

Crédito: Pxhexe

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quarta-feira (21) as regras de transição para a aplicação do decreto que reformula o ensino a distância (EAD) no Brasil. As mudanças impactam diretamente instituições de ensino superior que oferecem cursos nessa modalidade.

A principal medida estabelece que cursos EAD que foram proibidos pelo novo decreto terão mais 90 dias para receber novas matrículas. Após esse prazo, eles entrarão em processo de extinção, e o status passará a ser indicado como "em extinção" no sistema e-MEC, bloqueando novas inscrições.

Alunos terão direito à conclusão

Segundo o MEC, estudantes já matriculados terão direito de concluir seus cursos no mesmo formato em que ingressaram, sem prejuízo.

As instituições afetadas poderão solicitar a migração de cursos para o formato semipresencial, desde que a legislação permita essa modalidade para cada área de formação. O prazo para solicitar a alteração é também de 90 dias.

Prazo para adaptação

As faculdades e universidades terão até dois anos para se adequarem completamente às novas regras. Durante esse período, os prazos de credenciamento e recredenciamento ficam automaticamente prorrogados até o ciclo regulatório de 2027. Encerrada a transição, todas as instituições passarão por reavaliação.

Novos critérios para formatos de curso

A portaria define quais tipos de cursos cada instituição poderá oferecer, com base no credenciamento atual:

  • Instituições credenciadas para presencial e EAD: poderão ofertar cursos presenciais, semipresenciais e a distância.
  • Instituições credenciadas só para EAD: poderão oferecer cursos semipresenciais e EAD.
  • Instituições credenciadas só para presencial: seguem autorizadas apenas para cursos presenciais.

Se uma instituição quiser atuar em outro formato, deverá solicitar recredenciamento, dentro do calendário regulatório.

Novos limites para carga horária

O decreto também estabelece novos percentuais para atividades presenciais e online:

  • Presencial: até 30% da carga horária pode ser online (antes, era 40%).
  • Semipresencial: exige 30% de atividades presenciais e 20% presenciais ou síncronas (ao vivo).
  • EAD: precisa ter 10% de atividades presenciais e mais 10% presenciais ou síncronas.

Cursos que devem ser totalmente presenciais:

  • Medicina
  • Direito
  • Odontologia
  • Psicologia
  • Enfermagem

Cursos que podem ser presenciais ou semipresenciais:

  • Licenciaturas
  • Demais cursos da área da saúde

Estrutura mínima dos polos EAD:

  • Recepção
  • Sala de coordenação
  • Ambientes para estudo individual e coletivo
  • Laboratórios ou espaços formativos adequados ao curso
  • Conexão de internet estável e de alta velocidade, além de equipamentos compatíveis com a quantidade de alunos

Impacto no setor

As mudanças fazem parte da tentativa do governo federal de frear a expansão descontrolada de cursos EAD, especialmente em áreas que demandam prática, laboratório e contato presencial. As novas regras respondem às críticas de conselhos profissionais, especialistas em educação e entidades de classe.