Um verdadeiro desfile de planetas está acontecendo no céu nos últimos dias, segundo o Observatório Nacional. O fenômeno, conhecido como conjunção planetária, permite a observação simultânea de Vênus, Marte e Júpiter a olho nu. Outros planetas, como Saturno, Urano, Netuno e Mercúrio, também estão posicionados na mesma região celeste, mas são mais difíceis de enxergar sem equipamentos.
De acordo com o astrofísico Ricardo Ogando, do Observatório Nacional, o fenômeno pode ser admirado sem a necessidade de telescópios.
"O ideal é encontrar um local seguro, com visão livre para o Oeste, onde o Sol se põe, e observar os planetas no céu. Marte, Vênus e Júpiter serão os mais fáceis de visualizar."
Já Urano e Netuno são muito distantes e refletem pouca luz, tornando-se praticamente impossíveis de ver sem um telescópio. Saturno e Mercúrio, apesar de normalmente visíveis a olho nu, estão muito próximos ao Sol neste período e acabam ofuscados.
Como identificar os planetas no céu?
Uma das dicas dos astrônomos para localizar os planetas é observar sua luz fixa. Diferente das estrelas, que cintilam devido à interferência da atmosfera, os planetas brilham de forma mais constante. Aplicativos de astronomia gratuitos também podem ajudar a mapear o céu e facilitar a identificação.
O que é a conjunção planetária?
Embora o termo "alinhamento de planetas" seja popular, o fenômeno é mais corretamente chamado de conjunção planetária. Isso ocorre quando os planetas estão visíveis ao mesmo tempo em uma mesma região do céu, formando um arco aparente, e não uma linha perfeita.
O astrônomo Thiago Gonçalves, diretor do Observatório do Valongo da UFRJ, explica que a visibilidade simultânea dos planetas é relativamente comum.
"Este não é um evento raro. Ainda este ano, entre 12 e 20 de agosto, teremos outra conjunção planetária, desta vez antes do amanhecer."
Destaque para agosto: conjunção entre Vênus e Júpiter
No dia 12 de agosto, Vênus e Júpiter, os planetas mais brilhantes do céu, estarão em conjunção e poderão ser vistos muito próximos um do outro.
Para os astrônomos, fenômenos como esse são uma excelente oportunidade para aproximar o público da ciência.
"Esses momentos são uma chance de incentivar a divulgação científica e o interesse das pessoas pelo céu e pela astronomia", afirma Gonçalves.
Desinformação sobre o fenômeno
O astrofísico Ricardo Ogando alerta que algumas informações falsas estão circulando sobre a conjunção planetária. Entre elas, a ideia de que o fenômeno é extremamente raro ou que pode causar desastres naturais na Terra.
"Alguns dizem que esse evento acontece uma vez a cada trilhão de anos, o que é um absurdo. O próprio universo tem 13,7 bilhões de anos. Além disso, a influência gravitacional dos planetas na Terra é mínima, então não há qualquer impacto sobre desastres naturais."
O Sistema Solar e seus planetas
O Sistema Solar é composto pelo Sol e pelos planetas que orbitam ao seu redor. São eles:
- Mercúrio, Vênus, Terra e Marte – planetas rochosos, mais próximos do Sol.
- Júpiter, Saturno, Urano e Netuno – planetas gasosos, mais distantes e compostos por gases.
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, enquanto Netuno, o mais distante, leva 165 anos terrestres para completar uma volta ao redor do Sol.
*Com informações da Agência Brasil