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A Propósito! Uso indevido de imagens: o direito das mulheres à proteção digital

 Por Rosângela Cafasso 

Retomei a coluna "A Propósito" este ano com um tema que venho abordando há bastante tempo. Após uma palestra sobre o Dia Internacional da Mulher e por estar constantemente inserida em diferentes ambientes, enfrentando desafios diários e lutando para manter a cabeça erguida, considero essencial trazer essa temática para discussão

Crédito: Elaborado digitalmente

O uso não autorizado de imagens tem gerado debates sobre privacidade, ética e responsabilização, especialmente quando envolve mulheres. Em um mundo digital onde fotos podem ser capturadas e compartilhadas sem consentimento, as leis de proteção de dados e as tecnologias de segurança evoluem para garantir dignidade e justiça às vítimas.

No Dia Internacional da Mulher, é essencial reforçar que a exposição indevida da imagem feminina é uma forma de violência digital que precisa ser combatida. O respeito à privacidade e à identidade das mulheres deve ser uma prioridade em uma sociedade que luta por igualdade e justiça.

Um relato pessoal sobre desafios na comunicação e exposição feminina

Em anos atuando na área da comunicação, seja no âmbito empresarial quanto acompanhando pessoas influentes, me deparei com inúmeras situações onde a mulher é alvo de constrangimentos e exposições indevidas. Relato que é extremamente desafiador tentar me posicionar diante de uma sociedade que, de certa forma, ainda impõe um peso maior sobre as mulheres.

Muitas vezes, percebo como a luta pelo respeito no ambiente de trabalho e na vida social é diária. Infelizmente, a exposição de imagens sem consentimento é apenas uma das facetas desse problema maior, que envolve violência digital, difamação e impactos psicológicos profundos.

No Dia Internacional da Mulher, é essencial reforçar que a exposição indevida da imagem feminina é uma forma de violência digital e que as vítimas não estão sozinhas!

O direito à imagem e as implicações legais

O direito à imagem é garantido por diversas leis, incluindo a Constituição Federal, o Código Civil e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que restringe o uso indevido de informações pessoais. Além disso, quando há manipulação ou exposição vexatória, podem ocorrer punições com base no Código Penal e em leis específicas sobre violência digital contra mulheres.

Se a imagem for usada para constrangimento no trabalho, pode configurar assédio moral, passível de sanções trabalhistas e indenizações.

➡ A Lei 14.188/2021, que trata da violência psicológica contra a mulher, pode ser aplicada em casos de humilhação e intimidação.

➡ A Lei 12.737/2012 (Lei Carolina Dieckmann) criminaliza a invasão de dispositivos eletrônicos para obtenção e divulgação não autorizada de imagens.

➡ A Lei 13.718/2018 pune a divulgação não consentida de imagens íntimas, reforçando a responsabilização dos infratores.

Tecnologia e rastreamento digital

A crença de que imagens enviadas por WhatsApp ou outras redes sociais desaparecem é um mito. Ferramentas avançadas podem rastrear a origem e o compartilhamento de arquivos, identificando responsáveis por vazamentos.

  • Softwares especializados analisam padrões de envio e detectam redes de compartilhamento.
  • Metadados de arquivos digitais revelam a origem da foto e o dispositivo utilizado.
  • Plataformas como WhatsApp podem fornecer informações sob ordem judicial.

O que fazer se for vítima?

Caso tenha sua imagem exposta sem consentimento, siga estas ações:

  • Guarde provas: salve prints, mensagens e registros que comprovem o ocorrido.
  • Denuncie nas plataformas: redes sociais e aplicativos possuem canais para remoção de conteúdo.
  • Busque apoio jurídico: consulte um advogado, Defensoria Pública ou Ministério Público.
  • Registre um boletim de ocorrência: a polícia pode enquadrar a violação como crime digital.
  • Informe a instituição responsável: se o caso ocorrer no trabalho ou escola, acione os órgãos internos.

Privacidade e justiça: um compromisso essencial

A exposição indevida de imagens não é apenas uma infração ética, mas uma forma de violência digital, e seus autores podem ser responsabilizados criminalmente. O avanço das leis e da tecnologia garante que violações desse tipo não passem impunes.

No Dia Internacional da Mulher, a discussão sobre proteção digital e segurança feminina precisa ser ampliada. O respeito à privacidade é um direito fundamental, e a falsa sensação de anonimato na internet pode ser um erro fatal para quem comete esse tipo de crime.